Política

Sem Manual, Sem Comando: Hugo Motta preside a Câmara e transforma o plenário em reality show institucional

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Hugo Motta aprendeu da forma mais dura — e pública — que a presidência da Câmara dos Deputados não vem com manual de instruções. Vem com cobrança, pressão e, quando falta pulso, com humilhação incluída no pacote. O cargo que deveria consolidá-lo como liderança nacional acabou expondo sua fragilidade política logo nos primeiros movimentos.

Em um feito raro até para Brasília, Motta conseguiu desagradar simultaneamente a base governista, a oposição, o Centrão e, para completar o desastre, o próprio padrinho político. Arthur Lira, veterano na arte de comandar o trator institucional sem deixar rastros, não precisou de discurso longo: ao avaliar o cenário, resumiu tudo em duas palavras cortantes — “está perdido”. Nos bastidores, a tradução foi ainda mais cruel: deixaram o estagiário sozinho na sala de controle do reator.

O episódio envolvendo Glauber Braga escancarou o tamanho do problema. O deputado sentou na cadeira do presidente, obstruiu a sessão, transformou o plenário em espetáculo e precisou ser retirado à força pela Polícia Legislativa. Ao final, saiu com uma suspensão de seis meses — punição tímida diante do constrangimento imposto à Casa. Enquanto isso, Hugo Motta assistia à cena como figurante de luxo: isolado, sem apoio, sem comando, sem autoridade.

Diante do caos, veio o movimento clássico de quem perdeu o volante: anunciar o “esvaziamento da pauta”, reclamar do excesso de holofotes e declarar cansaço das polêmicas. Na prática, a mensagem foi clara — se não dá para liderar, melhor apagar a luz e fingir que o prédio fechou.

No discurso público, Motta tenta vestir o figurino de estadista. Diz não servir a revanchismo, afirma não agir por conveniências pessoais e promete equilíbrio. O problema é que a realidade não colabora: a Câmara já opera em modo reality show institucional, com crises diárias e um presidente incapaz de impor ordem.

Resumo da ópera: Hugo Motta queria ser presidente da Câmara. Acabou virando síndico de conflito permanente. E quando até Arthur Lira admite que você está perdido, não se trata de intriga política — é sinal claro de que o GPS do comando foi desligado.     

  Fonte | Júlio Benchioml Pinto

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